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Maior plasticidade neural: O cérebro de indivíduos superdotados pode ser mais adaptável e flexível, o que
pode contribuir para sua capacidade de aprender rapidamente, se adaptar a novas situações e desenvolver
habilidades em diversas áreas.
O neurodesenvolvimento de indivíduos neurotípicos, superdotados, autistas, com TDAH e com dislexia
apresenta diferenças significativas em termos de estrutura e função cerebral. A seguir, exploramos essas
variações com base em evidências neurocientíficas, mencionando regiões e sub-regiões específicas do cérebro.
Indivíduos Neurotípicos - Em indivíduos neurotípicos, o desenvolvimento cerebral segue um padrão que
facilita a integração de funções cognitivas, emocionais e motoras. O córtex pré-frontal, responsável por
funções executivas como tomada de decisão e controle inibitório, desenvolve-se de maneira equilibrada com
outras regiões cerebrais. A conectividade funcional entre os hemisférios cerebrais, através do corpo caloso, é
otimizada para permitir uma comunicação eficiente e coordenação entre diferentes áreas cerebrais.
Indivíduos Superdotados - Evidências indicam que a superdotação está associada a uma ativação mais
intensa do córtex pré-frontal, especialmente nas áreas dorsolateral e ventromedial, que são cruciais para
funções executivas avançadas e regulação emocional (Geake, 2009). Além disso, a conectividade funcional
inter-hemisférica é significativamente maior, sugerindo uma maior capacidade de integração de informações
entre os hemisférios, o que resulta em uma memória de trabalho mais eficiente e habilidades cognitivas
superiores. A plasticidade neural em indivíduos superdotados permite uma adaptação cognitiva elevada,
semelhante à observada em condições como sinestesia e amputação de membros, onde o cérebro reorganiza
suas funções para otimizar o desempenho (Kalbfleisch, 2009).
Indivíduos com Autismo - No autismo, observa-se uma hiperconectividade local no córtex frontal e uma
hipoconectividade de longa distância, especialmente entre o córtex frontal e outras regiões cerebrais como o
córtex temporal e o cerebelo. Essa diferença pode contribuir para os desafios na comunicação social e na
flexibilidade cognitiva comumente observados em indivíduos autistas. Estudos de imagem cerebral mostram
anormalidades na amígdala e no hipocampo, que estão associadas a dificuldades emocionais e de memória
(Courchesne et al., 2011).
Indivíduos com TDAH - O transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) está frequentemente
associado a uma disfunção no córtex pré-frontal dorsolateral, responsável pelo controle da atenção e da
impulsividade. Além disso, há evidências de uma conectividade alterada entre o córtex pré-frontal e o estriado,