TRAÇOS UNIVERSAIS DE IDENTIFICAÇÃO DA
SUPERDOTA
ÇÃO: ANÁLISE CIENTÍFICA
ABRANGENTE

UNIVERSAL
TRAITS FOR GIFTEDNESS IDENTIFICATION:
A
COMPREHENSIVE SCIENTIFIC ANALYSIS
Fabiano
de Abreu Agrela Rodrigues
Centro
de Pesquisa e Análises Heráclito (CPAH)
pág. 7254
DOI:
https://doi.org/10.37811/cl_rcm.v9i4.19325
Traços
universais de identificação da superdotação: análise científica
abrangente

Fabiano
de Abreu Agrela Rodrigues 1
contato@cpah.com.br

https://orcid.org/0000
-0002-5487-5852
Centro
de Pesquisa e Análises Heráclito (CPAH)
Departamento
de Neurociências e Genômica
Brasil
& Portugal
RESUMO

Objetivo:
Propor um marco conceitual e operacional para identificação universal da superdotação,
testando
a hipótese de que o traço comportamental crucial (Santo Graal”) é a curiosidade epistêmica
persistente.
Métodos: Revisão integrativa com síntese de evidências psicométricas (WAIS/Stanford
Binet),
neurofuncionais (circuito VTAestriado ventralhipocampoPFC) e genéticas (arquitetura
polig
ênica associada a responsividade à novidade), além de diretrizes corretivas para interferências de
estado
(ansiedade, TEA, TDAH). Resultados: A curiosidade epistêmica organiza, por mecanismo, traços
derivados
(análise metódica, perfeccionismo adaptativo, foco sustentado), otimizando codificação
hipocampal
e controle executivo via sinalização dopaminérgica/glutamatérgica (Gruber; Gelman;
Ranganath,
2014; Huang et al., 2022). Psicometricamente, recomenda-se limiar QI130 ajustado, reteste
padronizado
e leitura de perfil (invariância SB5; impacto do scatter) (Stephenson et al., 2023; Melby et
al.,
2020). Conclusão: A integração entre critério psicométrico, marcador neurofuncional e núcleo
comportamental
(curiosidade epistêmica) torna a identificação mais robusta, preservando a natureza
polig
ênica do fenômeno (Mrazik; Dombrowski, 2010; Clarke et al., 2016).
Palavras
-chave: superdotação, curiosidade epistêmica, circuito dopaminérgico, hipocampo, redes
fronto
-parietais
1
Autor Principal
Correspondencia:
contato@cpah.com.br
pág. 7255
Universal
traits for giftedness identification: a comprehensive scientific
analysis

ABSTRACT

Objective:
To propose a conceptual and operational framework for universal giftedness identification
by
testing the hypothesis that the crucial behavioral trait (Holy Grail) is persistent epistemic curiosity.
Methods:
Integrative review synthesizing psychometric evidence (WAIS/StanfordBinet),
neurofunctional
data (VTAventral striatumhippocampusPFC circuit), and genetic architecture
(polygenic
responsivity to novelty), plus corrective guidelines for state interferences (anxiety, ASD,
ADHD).
Results: Epistemic curiosity mechanistically organizes derivative traits (methodical analysis,
adaptive
perfectionism, sustained focus) by optimizing hippocampal encoding and executive control
through
dopaminergic/glutamatergic signaling (Gruber; Gelman; Ranganath, 2014; Huang et al., 2022).
Psychometrically,
a corrected IQ threshold 130 with standardized retesting and profile-level
interpretation
(SB5 measurement invariance; scatter impact) is recommended (Stephenson et al., 2023;
Melby
et al., 2020). Conclusion: Aligning psychometric criteria, neurofunctional markers, and a
behavioral
core (epistemic curiosity) strengthens identification while honoring the polygenic nature of
giftedness
(Mrazik; Dombrowski, 2010; Clarke et al., 2016).
Keywords
: giftedness, epistemic curiosity, dopaminergic circuit, hippocampus, fronto-parietal networks
Artículo
recibido 20 julio 2025
Aceptado
para publicación: 20 agosto 2025
pág. 7256
INTRODUÇÃO

A superdota
ção consolida-se historicamente como desempenho cognitivo significativamente acima da
m
édia, usualmente definido por QI130 em testes padronizados (Mrazik; Dombrowski, 2010; Pezzuti
et
al., 2022). Esse marcador psicométrico, porém, captura apenas a face mensurável de uma
configuração
neurocognitiva mais ampla que envolve redes fronto-parietais, hipocampo e cingulado
anterior,
moduladas por perfis neuroquímicos e uma base genética de caráter poligênico (Bucaille et al.,
2021;
Thompson; Oehlert, 2010). Evidências de neuroimagem e neuropsicologia apontam maior
efici
ência/conectividade em redes de controle executivo e memória em indivíduos com altas pontuações,
sustentando
a leitura de uma arquitetura funcional qualitativamente distinta (Mrazik; Dombrowski,
2010;
Pezzuti et al., 2022).
No
campo psicométrico, a interpretação clínica deve considerar interferências de estado e de perfil. Em
TEA
e TDAH, o StanfordBinet 5 apresenta invariância de medida, mas a heterogeneidade entre
subtestes
(scatter) reduz a precisão de estimativas abreviadas e pode distorcer o QI total, recomendando
bateria
completa, reteste padronizado e leitura por perfil, não apenas por escore único (Stephenson et
al.,
2023). Além disso, sintomas internalizantes podem degradar o desempenho observado, sobretudo
em
faixas limítrofes, justificando ajustes quantitativos e reavaliação em condições mais estáveis (Melby
et
al., 2020; Edirisooriya et al., 2021; Wolff et al., 2022).
No
eixo mecanístico, estados de curiosidade aumentam o acoplamento entre área tegmental
ventral/estriado
ventral e hipocampo, com engajamento pré-frontal, elevando o ganho sináptico e a
retenção
de informações sob incerteza justamente os componentes mobilizados em raciocínio,
mem
ória de trabalho e linguagem (Gruber; Gelman; Ranganath, 2014). Achados experimentais de
modulação
cortical em tarefas verbais reforçam que a expressão do desempenho em inteligência
depende
do estado funcional de redes distribuídas que integram linguagem e controle executivo (Huang
et
al., 2022).
Por
fim, traços de personalidade do eixo Abertura/Intelecto descrevem busca ativa por informação,
tolerâ
ncia à complexidade e engajamento deliberado com problemas um conjunto comportamental
compat
ível com perfis de alta capacidade (DeYoung; Peterson; Higgins, 2005). Meta-evidências
indicam
que curiosidade/engajamento intelectual acrescenta valor preditivo ao desempenho acadêmico
pág. 7257
e,
combinada à conscienciosidade, alcança magnitude comparável à inteligência isolada (Poropat, 2009;
von
Stumm; Hell; Chamorro-Premuzic, 2011). À luz desse panorama, este trabalho investiga a
curiosidade
epistêmica persistente como traço nuclear que organiza a expressão de outros
comportamentos
recorrentes em superdotação e propõe critérios de convergência entre núcleo
psicom
étrico, marcador neurofuncional e núcleo comportamental.
METODOLOGIA

Realizei
uma revisão integrativa com síntese narrativa (20002025; incluídos clássicos fora do recorte).
As
buscas cobriram PubMed/MEDLINE, PsycINFO, Web of Science, Scopus, SciELO e literatura
cinzenta,
visando estudos revisados por pares sobre superdotação/alto QI, curiosidade/necessidade do
novo,
psicometria (WISC/WAIS/Stanford-Binet; invariância; scatter), neurociência (redes fronto-
parietais,
hipocampo, VTA/estriado, córtex cingulado anterior) e genética/neuroquímica (dopamina,
glutamato,
COMT, DRD2/DRD4/ANKK1, BDNF, KIBRA, GRIN2B). Excluí editoriais/cartas sem
dados,
estudos apenas animais sem ponte mecanística e duplicatas. A seleção ocorreu em duas etapas
(t
ítulo/resumo; texto completo), com extração padronizada e avaliação qualitativa por desenho. Devido
à
heterogeneidade, o realizei metanálise; integrei as evidências psicométricas, neurofuncionais da
curiosidade
e genéticas/neuroquímicas para propor um modelo heurístico (v1.0) de ajuste do QI
observado
(ansiedade +3/+7/+12; TDAH +8; TEA +6; dupla excepcionalidade +10), a ser validado
prospectivamente.
Assistência de IA: utilizei ferramentas de inteligência artificial para triagem e
recuperação
de artigos, organização de referências, verificação de consistência e aprimoramento de
redação;
todas as decisões metodológicas, interpretações e conclusões são exclusivamente minhas.
Origem
e fundamento neurobiológico da superdotação
O
conceito de superdotação consolidou-se na psicometria como um desempenho cognitivo
mensuravelmente
superior à média populacional, identificado por testes padronizados de inteligência,
especialmente
as escalas de Wechsler. O ponto de corte historicamente aceito situa-se no QI igual ou
superior
a 130, equivalente a dois desvios-padrão acima da média, representando cerca de dois por cento
da
população (Mrazik; Dombrowski, 2010; Pezzuti et al., 2022). Essa métrica, embora funcional para
triagem,
é apenas uma aproximação de uma realidade neurobiológica mais complexa, pois o
desempenho
intelectual resulta da integração funcional de múltiplas subregiões cerebrais como o córtex
pág. 7258
pré
-frontal dorsolateral, o hipocampo, o córtex cingulado anterior e as redes frontoparietais, associadas
a
um perfil neuroquímico e genético específico.
A
heritabilidade da inteligência é elevada, com estimativas entre cinquenta e oitenta por cento,
sustentada
por modelos poligênicos que envolvem genes como BDNF, COMT, DRD2, GRIN2B e
KIBRA
, modulando plasticidade sináptica, memória de trabalho e velocidade de processamento
(Thompson;
Oehlert, 2010; Rodrigues et al., 2024). Fatores ambientais, como estimulação precoce,
nutri
ção adequada, qualidade do sono e contexto educacional, modulam essa base genética
influenciando a consolida
ção das redes neurais (Bucaille et al., 2021).
Evidê
ncias de neuroimagem indicam que cérebros de indivíduos superdotados apresentam maior
efici
ência e conectividade em redes de controle executivo e memória, característica que transcende uma
simples
diferença de grau e aponta para uma arquitetura cerebral qualitativamente distinta (Mrazik;
Dombrowski,
2010; Bucaille et al., 2021; Pezzuti et al., 2022). A superdotação, portanto, não constitui
uma
designação social, mas um marcador objetivo de uma configuração neurocognitiva específica e
altamente
funcional.
Gradiente
de intensidade comportamental em função do qi
A
intensidade e a constância de comportamentos típicos da alta capacidade tendem a escalar com a
pontuação
do QI, de modo que indivíduos em torno de 140 apresentam maior persistência de curiosidade
dirigida,
velocidade de aquisição e estabilidade de raciocínio do que indivíduos em torno de 130. Esse
gradiente
é compatível com maior eficiência frontoparietal e integração cingulado anterior e pré-frontal,
descritas
em tarefas de raciocínio e linguagem; em perfis neurodivergentes a expressão pode variar por
interfer
ências atencionais e afetivas, exigindo interpretação clínica individualizada (Huang et al., 2022;
Wolff
et al., 2022; Edirisooriya et al., 2021).
Modelo
operacional de correção por interferência
Para
aproximar o potencial cognitivo real em contextos avaliativos, propõe-se um ajuste quantitativo
aplicado
ao escore obtido no dia do teste. Em ansiedade situacional leve, a redução média esperada é de
aproximadamente
3 pontos; em ansiedade moderada, cerca de 7 pontos; em ansiedade alta, até 12 pontos,
refletindo
custo atencional e hiperativação autonômica que degradam velocidade de processamento e
continuidade
do foco. Em TDAH, a atenuação média situa-se em cerca de 8 pontos por variabilidade
pág. 7259
intra
-sujeito e lapsos de controle executivo. Em genética, risco poligênico para TEA associa-se
positivamente
à habilidade cognitiva na população geral; para TDAH, a evidência de associação
negativa
é pontual e dependente de idade/coorte, o que recomenda cautela inferencial (Clarke et al.,
2016).
Em fenótipos de autismo sem deficiência intelectual, a redução média pode ficar em torno de 6
pontos
por rigidez atencional e custo de mudança de conjunto; quando dupla excepcionalidade,
observam
-se quedas em torno de 10 pontos por somação de ruído atencional e sobrecarga afetiva. Esses
valores
funcionam como parâmetros operacionais a serem calibrados clinicamente, com fundamento em
tr
ês eixos: (i) associação entre QI e sintomas internalizantes no autismo; (ii) maior vulnerabilidade
psiqui
átrica em faixas de QI limítrofe; e (iii) evidência de que a heterogeneidade de subtestes pode
distorcer
estimativas abreviadas do QI em amostras clínicas (Edirisooriya et al., 2021; Melby et al.,
2020;
Stephenson et al., 2023; Clarke et al., 2016).
Subregiões
cerebrais recrutadas em testes padronizados de qi
A
execução de baterias como WAIS e Stanford-Binet envolve um conjunto distribuído de subregiões.
No
eixo executivo e de manipulação ativa, destacam-se córtex pré-frontal dorsolateral e ventrolateral,
c
órtex cingulado anterior, área motora suplementar e campos oculares frontais. No eixo parietal, lóbulo
parietal
superior, sulco intraparietal, giros angular e supramarginal o suporte a cálculo, rotação mental
e
integração visuoespacial. No eixo verbal, operam giro frontal inferior esquerdo, giros temporal
superior
e médio e regiões semânticas do polo temporal. Hipocampo e giro parahipocampal sustentam
codificação
e recuperação; lamo mediodorsal, núcleos da base e cerebelo contribuem para seleção de
resposta,
sequenciação e temporização. Essa cartografia é congruente com a teoria parieto-frontal, com
correlações
entre espessura/volume cortical e desempenho em raciocínio e linguagem. Em síntese, os
í
ndices de Compreensão Verbal, Organização Perceptual, Memória de Trabalho e Velocidade de
Processamento
dependem de interações entre redes fronto-parietais, temporais e occipitais, com
modulação
de estruturas subcorticais e cerebelares. (Huang et al., 2022; Documento interno
Neurobiologia e Fundamentos da Inteligência DWRI”).
pág. 7260
Padr
ão comportamental recorrente em superdotação
Observa
-se um núcleo replicável de comportamentos ao longo do gradiente de QI: curiosidade
persistente
orientada a lacunas de informação, aprendizagem rápida com retenção prolongada,
prefer
ência por complexidade, foco sustentado em tarefas intrinsecamente motivadoras, produção
precoce
de soluções originais, sensibilidade a inconsistências lógicas e padrão de autocorreção elevado.
Em
subgrupos, perfeccionismo e maior reatividade emocional podem interferir na expressão do
potencial
em contextos de avaliação, exigindo leitura conjunta de traços, comorbidades e variáveis
ambientais.
Essa caracterização é compatível com os registros autorais e bases compiladas do grupo,
incluindo
achados sobre perfeccionismo, ansiedade e organização perceptual em perfis de alto QI
(Rodrigues,
2024).
Traços
universais de identificação da superdotação
A
identificação universal requer um núcleo psicométrico necessário e um conjunto de marcadores
funcionais
que se mantenham estáveis após controle de interferências. O núcleo psicométrico é o QI
ajustado
por variáveis de interferência com ponto de corte em cento e trinta, calculado por modelo
operacional
que corrige ansiedade, TDAH e TEA quando presentes, seguido de reteste padronizado para
confirmar
estabilidade e reduzir o efeito de heterogeneidade entre subtestes. A evidência de invariância
de
medida do Stanford-Binet 5 entre TEA e TDAH, combinada ao impacto do scatter sobre estimativas
abreviadas,
justifica a preferência por protocolos completos e pela leitura do perfil além do escore global
em
populações clínicas, condição necessária para um critério universal robusto (Stephenson et al., 2023).
A
inclusão de variáveis internalizantes é mandatória, pois sintomas de ansiedade em faixas limítrofes
associam
-se a pior desfecho psicopatológico e podem degradar o desempenho observado, exigindo
correçã
o e confirmação por reteste em estado estável (Melby et al., 2020; Edirisooriya et al., 2021).
O
marcador neurofuncional necessário é a eficiência sustentada de redes executivas e parietais durante
tarefas
canônicas de raciocínio, memória de trabalho, velocidade e linguagem, com engajamento
consistente
de córtex pré-frontal dorsolateral, sulco intraparietal, cingulado anterior e suporte temporal
para
operações lexicais. Evidências experimentais mostram modulação de desempenho verbal por
estimulação
cortical com efeitos em rede que incluem regiões frontais e de linguagem, alinhando a
premissa
de que a expressão do QI depende do estado funcional desses sistemas, condição que se
pág. 7261
observa
de forma convergente em indivíduos de alta performance (Huang et al., 2022; Documento
interno
Neurobiologia e Fundamentos da Inteligência DWRI”).
O
marcador comportamental necessário é a presença estável de curiosidade epistêmica orientada a
lacunas de informa
ção, preferência por complexidade cognitiva, foco sustentado quando a tarefa é
intrinsecamente motivadora, produ
ção recorrente de soluções originais, sensibilidade a inconsistências
l
ógicas e padrão elevado de autocorreção. Este conjunto deve persistir ao longo do tempo e em contextos
diversos,
com atenuação explicável por variáveis de estado e recuperação do padrão após estabilização
afetiva.
Registros autorais e compilados indicam a recorrência desses traços em perfis de alto QI,
inclusive
quando comorbidades leves que exigem correção no escore, reforçando sua natureza
universal
como expressão funcional da capacidade (Rodrigues, 2024).
A
definição operacional de suficiência integra um limiar psicométrico e dois eixos de convergência.
Primeiro,
QI ajustado maior ou igual a cento e trinta, confirmado em reteste padronizado após correção
por
ansiedade, TDAH e TEA gerando estabilidade do escore e redução do scatter. Segundo, evidência
funcional
de engajamento eficiente de redes executivas e parietais durante tarefas centrais, direta ou
indiretamente
demonstrada por consistência de desempenho em domínios verbais e não verbais ou por
registros
experimentais compatíveis. Terceiro, presença estável do núcleo comportamental descrito em
m
últiplos contextos, com impacto funcional positivo demonstrável. Em TEA e TDAH, a interpretação
permanece
individualizada, pois a relação entre QI, sintomas e trajetória desenvolvimental é
heterogê
nea e pode alterar a expressão do potencial sem invalidar o critério universal quando a correção
e
a estabilidade o documentadas (Wolff et al., 2022; Edirisooriya et al., 2021; Stephenson et al., 2023).
Para padroniza
ção, propõe-se a seguinte regra prática: o diagnóstico de superdotação exige a
converg
ência de núcleo psicométrico ajustado, marcador neurofuncional de rede executiva-parietal
eficiente
e núcleo comportamental com persistência temporal. A ausência de qualquer um dos três
elementos
indica necessidade de reavaliação, correção por variáveis de interferência ou exame de
heterogeneidade
de perfil antes de se concluir pela presença ou ausência da condição. A aplicação desta
regra
reduz falsos negativos por ansiedade e heterogeneidade de subtestes e diminui falsos positivos por
estimativas
abreviadas em populações clínicas (Melby et al., 2020; Stephenson et al., 2023).
pág. 7262
Traços
universais, cleo psicométrico
A
identificação universal exige um núcleo psicométrico necessário, QI maior ou igual a cento e trinta,
confirmado
em bateria completa e ajustado por interferências de estado quando presentes, com reteste
padronizado
se houver heterogeneidade elevada entre subtestes. A distinção entre medida global e perfil
é
mandatória em populações clínicas, dado que a invariância de medida do Stanford-Binet 5 em TEA e
TDAH
coexiste com pior acurácia de estimativas abreviadas e risco de superestimação do QI total
quando
o scatter é alto, o que exige leitura do perfil além do escore único (Stephenson et al., 2023). A
interpreta
ção deve considerar variáveis internalizantes e afetivas associadas a pior desfecho em faixas
lim
ítrofes de QI e a heterogeneidade das relações entre QI, ansiedade e depressão na adolescência com
TEA,
justificando correção operacional e, quando necessário, reteste em condição estável (Melby et al.,
2020;
Edirisooriya et al., 2021).
Traços
universais, núcleo neurofuncional
O
marcador neurofuncional necessário é a eficiência sustentada de redes executivas e parietais durante
tarefas
de raciocínio, linguagem, memória de trabalho e velocidade, com engajamento consistente de
c
órtex pré-frontal dorsolateral, sulco intraparietal, cingulado anterior e suporte temporal lexical.
Evid
ência experimental demonstra modulação do desempenho verbal por estimulação cortical com
efeitos
em rede que incluem regiões pré-frontais e de linguagem, reforçando que a expressão do QI
depende
do estado funcional desses sistemas, condição observável de forma convergente em indivíduos
de
alta performance (Huang et al., 2022; Rodrigues, 2024).
Traços
universais, núcleo comportamental
H
á um conjunto comportamental recorrente que deve estar presente de forma estável ao longo do tempo
e
em múltiplos contextos, curiosidade epistêmica orientada a lacunas de informação, preferência por
complexidade,
foco sustentado em tarefas intrinsecamente motivadoras, produção recorrente de
soluções
originais, sensibilidade a inconsistências lógicas e padrão elevado de autocorreção. Em perfis
com
órbidos, variações de expressividade podem ocorrer por interferência afetiva ou atencional, mas o
n
úcleo se recompõe após estabilização. A literatura neuropsicológica descreve vantagens específicas em
dom
ínios de linguagem e organização perceptual em crianças e adolescentes com altas pontuações, o
que
é compatível com o perfil funcional descrito (Bucaille et al., 2021; Pezzuti et al., 2022).
pág. 7263
Dupla
excepcionalidade e heterogeneidade
Em
TEA e TDAH, a relação entre QI e sintomas é heterogênea e dependente de idade e método, exigindo
validação
individualizada do núcleo psicométrico e verificação de estabilidade em reteste. A presença
de
scatter elevado reduz a acurácia de estimativas abreviadas e pode superestimar o QI total, o que
requer
bateria completa e análise do perfil para decisões classificatórias. Em adolescentes com TEA,
associações
com sintomas internalizantes variam entre estudos, reforçando a necessidade de integrar
avaliaçã
o clínica e evidências psicométricas antes da conclusão (Stephenson et al., 2023; Wolff et al.,
2022;
Edirisooriya et al., 2021).
Necessidade
genética do novo: evidência neurofuncional e genômica
A
hipótese de que o Santo Graal da superdotação reside na necessidade do novo admite verificação
por
dois vetores convergentes. Primeiro, estados de curiosidade potencializam o acoplamento entre
circuito
dopaminérgico mesolímbico e hipocampo, elevando a eficiência de codificação e a retenção de
informações.
Em termos de substrato, a ativação do tegmento ventral e do corpo estriado ventral, em
coordenação
com hipocampo, córtex pré-frontal dorsolateral, córtex orbitofrontal e córtex cingulado
anterior,
modula o ganho sináptico durante a exploração epistêmica, com liberação dopaminérgica
facilitando
LTP hipocampal e consolidando aprendizado motivado pela lacuna de informação (Gruber;
Gelman;
Ranganath, 2014). Essa dinâmica confirma que, quando a tarefa envolve novidade ou incerteza
informacional,
o sistema de recompensa aumenta a eficiência das redes fronto-parietais e temporo-
mediais
que sustentam raciocínio, memória de trabalho e linguagem, compondo um fenótipo funcional
de
busca dirigida por novidade compatível com altas pontuações psicométricas.
Segundo,
sustentação genômica para um traço de novelty seeking e curiosidade exploratória que
impacta
precisamente os núcleos dopaminérgicos e as vias fronto-hipocampais. Polimorfismos em
DRD4,
incluindo variantes promotoras e em regiões regulatórias, associam-se a maior busca por
novidade
e maior responsividade a estímulos inéditos; variantes em DRD2 e ANKK1 modulam
sensibilidade
ao reforço e eficiência do estriado ventral; o COMT Val158Met (rs4680) regula o tônus
dopamin
érgico pré-frontal com efeitos sobre controle executivo e exploração versus exploração
repetitiva;
o BDNF Val66Met (rs6265) influencia plasticidade hipocampal e consolidação de memória
dependente
de motivação; o KIBRA associa-se ao desempenho de memória episódica com repercussão
pág. 7264
sobre
o ciclo curiosidade-aprendizado, reforçando a vantagem em aquisição sob novidade. Esses
marcadores
aparecem integrados em bases internas e relatórios técnico-científicos do grupo com
mapeamento
para comportamentos de curiosidade, busca por complexidade e persistência analítica,
convergindo
para a noção de necessidade biológica da novidade como eixo do fenótipo da superdotação
(Rodrigues,
2024; Rodrigues, 2025).
Em
síntese, a combinação de circuito dopaminérgico hipocampo-pré-frontal sensível a lacunas
informacionais
e um conjunto poligênico que favorece responsividade à novidade, plasticidade sináptica
e
exploração cognitiva sustentada, fornece base neurobiológica e genética para a proposição de que a
necessidade do novo” é o traço nuclear que organiza os demais comportamentos recorrentes na
superdotação,
incluindo análise meticulosa, perfeccionismo adaptativo e foco persistente orientado a
resultados.

Tabela
de traços comuns em superdotação, guia de entendimento
N
úcleo necessário, presente e estável
Curiosidade epistêmica persistente, com busca ativa de lacunas de informação.
Estudo autodirigido e exploração voluntária de temas complexos.
Metacognição e metamonitoramento constantes, com ajuste de estratégia.
Autocorreção sistemática, revisão e refinamento de respostas.
Preferência por complexidade e tolerância produtiva à ambiguidade.
Geração de hipóteses e experimentação mental orientadas a problema.
Foco sustentado quando motivação intrínseca.
Padr
ão recorrente, altamente frequente
Questionamento abrangente e formulação de perguntas de alta qualidade.
Produção de soluções originais e reconfiguração de problemas.
Transferência rápida de aprendizagem entre contextos.
Organização ativa do conhecimento e construção de modelos próprios.
Raciocínio analítico aplicado, especialmente em tomada de decisão.
Perfeccionismo adaptativo voltado a critérios explícitos de qualidade.
Sensibilidade a inconsistências lógicas e busca por coerência.
pág. 7265
Planejamento por objetivos e checagem sistemática de progresso.
Moduladores
de perfil, frequentes, porém não universais
Necessidade de novidade e exploração de temas inéditos.
Hiperfoco por interesse com imersão prolongada.
Preferência por pares intelectualmente compatíveis e autonomia social.
Sentido de justiça e critério ético aplicado a regras e processos.
Expressão emocional intensa com regulação variável conforme contexto.
Comunicação sofisticada, com precisão lexical e argumentação estruturada.
Busca por feedback qualificado e abertura a revisão baseada em evidência.
Observa
ção para uso em tabela: adotar escala 0, ausente; 1, ocasional; 2, estável em múltiplos contextos,
com
registro longitudinal mínimo de três a seis meses e evidência multimodal.
DISCUSSÃO

A
necessidade do novo como força motriz de exploração cognitiva explica, por mecanismo, a
manutenção
de desempenho elevado em tarefas que recrutam hipocampo e córtex pré-frontal. Estados
de
curiosidade amplificam o acoplamento entre circuito dopaminérgico mesolímbico, hipocampo e
regi
ões pré-frontais, potenciando a codificação e a retenção de informações sob incerteza, precisamente
os
componentes mobilizados em raciocínio, memória de trabalho e aquisição acelerada de conhecimento
(Gruber;
Gelman; Ranganath, 2014). Achados experimentais indicam ainda que a modulação cortical
altera
o desempenho verbal em rede, envolvendo áreas de linguagem e controle executivo, o que é
coerente
com a ideia de um traço exploratório que ajusta o ganho funcional do sistema durante tarefas
de
inteligência (Huang et al., 2022).
No
plano dos traços, a dimensão Abertura à Experiência, aspecto Intellect, descreve busca ativa de
informaçã
o, tolerância à complexidade e engajamento deliberado com problemas, com correlações
cognitivas
e neuropsicológicas ligadas a atualização e controle pré-frontais; trata-se de um componente
eminentemente
cognitivo, e não apenas estético (DeYoung; Peterson; Higgins, 2005). Meta-análises
mostram
que curiosidade/engajamento intelectual típico acrescenta predição ao desempenho acadêmico
e,
combinada à Conscienciosidade, alcança magnitude comparável à inteligência isolada, sustentando a
pág. 7266
curiosidade
epistêmica como pilar comportamental do investimento cognitivo ao longo do tempo
(Poropat,
2009; von Stumm; Hell; Chamorro-Premuzic, 2011).
No
eixo biológico, um conjunto poligênico relacionado a responsividade à novidade e plasticidade
sin
áptica fornece suporte adicional à hipótese da necessidade do novo. Polimorfismos em DRD4, DRD2
e
ANKK1 associam-se a busca por novidade e sensibilidade a reforço; COMT Val158Met influencia o
t
ônus dopaminérgico pré-frontal e o balanço exploração-exploração; BDNF Val66Met afeta a
plasticidade
hipocampal; KIBRA rs17070145 relaciona-se à memória episódica. A integração desses
marcadores
com mapeamentos comportamentais de curiosidade, preferência por complexidade e
persist
ência analítica, documentada em bases internas do grupo, sustenta um fenótipo exploratório
ancorado
em vias dopaminérgicas hipocampo-pré-frontal (Rodrigues, 2024; Rodrigues, 2025). Em
paralelo,
resultados poligênicos populacionais mostram associação positiva entre risco para TEA e
habilidade
cognitiva, enquanto evidências para TDAH são dependentes de idade e coorte,
recomendando
cautela causal e leitura por perfil (Clarke et al., 2016).
A
heterogeneidade clínica não invalida o núcleo exploratório, mas exige controle metodológico. Em
TEA
e TDAH, a relação entre QI e sintomas internalizantes é variável por idade e método;
psicometricamente,
o Stanford-Binet 5 apresenta invariância de medida entre TEA e TDAH, porém o
scatter
elevado reduz a acurácia de estimativas abreviadas e pode distorcer o QI total, o que requer
bateria
completa e interpretação além do escore global (Stephenson et al., 2023; Edirisooriya et al.,
2021;
Melby et al., 2020). Sob esse enquadramento, a documentação longitudinal de curiosidade
epist
êmica estável, com retorno do padrão após estabilização afetiva ou atencional, funciona como eixo
comportamental
mais robusto do que indicadores situacionais.
Operacionalmente,
o diagnóstico confiável deve exigir convergência entre núcleo psicométrico
consistente,
evidência funcional compatível com redes executivas e parietais e trajetória observável de
curiosidade
epistêmica persistente, registrada por estudo autodirigido, geração de hipóteses, busca de
lacunas
informacionais e autocorreção. Esse arranjo reduz falsos negativos em contextos de ansiedade
e
variabilidade atencional e diminui falsos positivos quando estimativas abreviadas sofrem impacto do
scatter.
pág. 7267
CONCLUSÃO

A
arquitetura genética da superdotação é poligênica, portanto não determinística; no presente estudo o
conjunto
de marcadores foi intencionalmente resumido a genes funcionalmente plausíveis para a
necessidade
do novo e para a modulação de plasticidade, memória e controle executivo. Essa
necessidade
do novo, que definimos como curiosidade epistêmica persistente, corresponde a um estado
motivacional
orientado a reduzir lacunas de informação com exploração dirigida a problemas.
Neurobiologicamente,
tal estado decorre do acoplamento entre área tegmental ventral e estriado ventral
com
hipocampo e córtex pré-frontal; a novidade gera sinais dopaminérgicos de erro de previsão que
potenciam
a codificação hipocampal e ajustam o ganho executivo pré-frontal durante tarefas de
racioc
ínio e linguagem, mecanismo demonstrado em protocolos experimentais de curiosidade e em
modulação
cortical com efeitos em rede (Gruber; Gelman; Ranganath, 2014; Huang et al., 2022).
No n
ível de neurotransmissores, a dopamina funciona como denominador motivacional, em equilíbrio
em
U-invertido no córtex pré-frontal: tônus nico moderado, com picos fásicos robustos diante do novo,
maximiza
estabilidade de memória de trabalho e flexibilidade para exploração. Tônus muito baixo reduz
vigor
exploratório e capacidade de manutenção; nus excessivo satura receptores e degrada controle
executivo.
A curiosidade amplifica tais picos fásicos, aumentando o valor informacional do estímulo.
Esse
efeito interage com o glutamato: a plasticidade sináptica hipocampopré-frontal depende da
coativaçã
o dopaminérgica e glutamatérgica via NMDA/AMPA, com suporte trófico de BDNF, o que
explica
maior retenção e reorganização de traços mnemônicos sob interesse. Assim, dopamina fornece
o
sinal de utilidade e novidade, glutamato veicula o drive excitatório que grava e reorganiza o conteúdo,
e
o pré-frontal define o controle sobre a busca e teste de hipóteses.
Os
genes considerados refletem esses elos funcionais. COMT Val158Met ajusta a depuração de
dopamina
pré-frontal e, por consequência, a posição individual no U-invertido de desempenho
executivo;
DRD2 e ANKK1 modulam a disponibilidade de D2 estriatal e a responsividade a reforço;
DRD4
relaciona-se a busca por novidade; SLC6A3/DAT1 regula a recaptação dopaminérgica no
estriado; BDNF Val66Met influencia libera
ção de BDNF e consolidação de LTP; KIBRA associa-se a
mem
ória episódica; GRIN2B codifica subunidade NMDA, crítica para plasticidade. Em conjunto, tais
variantes
não definem a superdotação, mas ajudam a explicar diferenças interindividuais na
pág. 7268
responsividade
à novidade, na eficiência de codificação e no controle executivo que sustentam a
expressã
o estável da curiosidade epistêmica. Nesta fase do trabalho, o painel foi deliberadamente
parcimonioso,
priorizando marcadores com plausibilidade mecanística e documentação anterior no
acervo
do grupo, mantendo a coerência com a natureza poligênica do fenômeno (Rodrigues, 2024;
Rodrigues,
2025).
As
sub-regiões que ancoram essa necessidade do novo, e que são também recorrentemente recrutadas
em
testes padronizados de QI, incluem: córtex pré-frontal dorsolateral e ventrolateral para manutenção
e
manipulação ativa; córtex cingulado anterior para monitoramento de conflito e custo-esforço; sulco
intraparietal
e lóbulo parietal superior para integração visuoespacial e cálculo; giro frontal inferior
esquerdo
e regiões temporais para operações lexicais; hipocampo para codificação e recuperação;
estriado
ventral para avaliação de valor informacional; tálamo mediodorsal como hub atencional. Esse
circuito meso-hipocampo
pré-frontalparietal explica por que, sob curiosidade, observamos ganhos
simult
âneos em memória, velocidade de aquisição e qualidade do raciocínio, componentes que elevam
o
desempenho psicométrico nas condições adequadas (Gruber; Gelman; Ranganath, 2014; Huang et al.,
2022;
Mrazik; Dombrowski, 2010).
No
plano comportamental, a curiosidade epistêmica é a matriz da expressão observável: metacognição
lida permite selecionar estratégias e avaliar lacunas, a autocorreção sistemática e a revisão traduzem
o
perfeccionismo adaptativo cujo denominador é a gica e a coerência interna, e o foco sustentado
aparece
quando motivação intrínseca, que, neste modelo, é subordinada à curiosidade e o mero
tra
ço atencional estático. Em síntese, a curiosidade epistêmica persistente é o Santo Graal
comportamental:
define o porquê, organiza o como e sustenta o quanto do investimento cognitivo.
Integrada
ao critério psicométrico e à evidência neurofuncional, torna a avaliação mais honesta e estável,
ao
mesmo tempo em que preserva a natureza poligênica e contextual da alta capacidade.
Os
dados sustentam que o comportamento comum crucial em superdotados é a curiosidade epistêmica
persistente,
entendida como necessidade do novo aplicada à solução de problemas. A partir desse núcleo
derivam
-se funcionalmente os demais traços: o pensamento analítico resulta da exploração sistemática
de
hipóteses; o perfeccionismo adaptativo corresponde ao reconhecimento de que é possível aproximar
o
melhor resultado por meio de um denominador comum de qualidade para comparar soluções; o foco
pág. 7269
sustentado
decorre do direcionamento motivacional da curiosidade e tende a restabelecer-se após o
controle
de variáveis de estado. Curiosidade não substitui o critério psicométrico; quando integrada à
evidê
ncia neurofuncional e ao contexto genético poligênico que favorece responsividade à novidade,
plasticidade
e exploração cognitiva, torna-o mais honesto e estável. A aprendizagem rápida é
consequ
ência direta do fluxo de informação e da recompensa que a curiosidade provoca; o pensamento
original
decorre do acúmulo e da recombinação de informação sob esse regime; a criatividade traduz o
uso
produtivo do que se aprende. Variações de intensidade emocional alinham-se à mesma intensidade
da
necessidade do novo, podendo amplificar ou atenuar a expressão dos traços, sem descaracterizar o
n
úcleo quando estabilidade temporal e convergência de medidas. Neurofuncionalmente, esse
processo
é sustentado pelo circuito que envolve área tegmental ventral, estriado ventral, hipocampo e
c
órtex pré-frontal, com acoplamento entre sinalização dopaminérgica e glutamatérgica que fortalece
codificação,
controle executivo e busca dirigida por informação.
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